terça-feira, 8 de março de 2011

O COMBATENTE

É noite...

O vento sopra, balançando as folhas. E trazendo junto não somente o frescor da madrugada...

Mas principalmente o cheiro, o gosto e os sons do combate que está para começar.

Paciente ele espera... Calmo...

Com uma calma que dá medo... Parecendo até indiferença.

O instinto faz com que fique a espreita, o tempo todo.

De repente, um clarão.

E o que vem a seguir se torna impossível de descrever.

Tiros disparados em todas as direções e explosões despedaçando tudo e todos.

Mas ele não se abala.

Só se movimenta calmamente até uma posição mais apropriada, e procura quais são seus alvos.

Aponta... Atira... Aponta... Atira novamente.

E um a um, eles vão caindo inertes, sem vida.

Os companheiros, aproveitando da posição fortalecida, se reagrupam e partem para o ataque.

O inimigo recua... Foge.

Ele então observa a sua volta.

Veículos em chamas... Casas destruídas.

Tanto companheiros como inimigos mortos durante o combate... Seus corpos espalhados por todo canto.

Então por mais incrível que possa parecer, uma sensação de paz domina todo seu ser... E a certeza, de aquele é seu lugar.

Osvaldo Zuim Junior.
Terceiro Sargento da Reserva do Exército Brasileiro e
Guarda Municipal de Jundiaí.

sexta-feira, 4 de março de 2011

TREINAMENTO MILITAR NAS ESCOLAS DE POLÍCIA

Várias escolas de formação para policiais, em nosso país, realizam durante o período de instrução de novos agentes de segurança pública, atividades típicas dos militares das forças armadas.

Instruções de ordem unida, continência ou sobre hierarquia e disciplina, são mais comuns do que se imagina.

O que nos leva ao seguinte questionamento:

Se as polícias têm uma função diferente das forças armadas, porque treina-los como militares?

É inegável que vários dos treinamentos realizados servem para preparar estes profissionais para o desempenho da função policial. Mas como estabelecer um parâmetro.

O treinamento militar tem um objetivo especifico. Que é o de manter a unidade de comando, porque, caso contrário, seria impossível realizar determinados feitos como mostra a nossa história militar internacional. Lembrando que, após a mudança do conceito de guerra linear (combate em locais definidos e inimigo identificado, seja pela nacionalidade ou pela cor do uniforme), para o conceito de guerra assimétrica (os combates podem acontecer em qualquer lugar e o inimigo está infiltrado no meio da população local). As próprias forças armadas estão verificando a necessidade de treinar os efetivos menores de maneira que sejam capazes de agir com uma maior autonomia, as missões são diferentes.

Os militares combatem um inimigo, enquanto os agentes de segurança têm como base a prevenção para que não aconteçam delitos, tendo o confronto somente como última opção.

Sendo assim, convido a todos para que façam uma reflexão, de acordo com os seguintes princípios:

Se para o conhecimento não há limites e a nossa competência é determinada pela legislação.

Se em primeiro lugar somos servidores públicos, ou seja, nossa primeira responsabilidade é servir as pessoas.

Se o respeito à vida e aos direitos humanos, é um dos princípios básicos para a realização do trabalho de qualquer agente encarregado de fazer cumprir a lei, segundo a ONU.

Está é a essência do nosso trabalho, este é nosso parâmetro.

Osvaldo Zuim Junior.
Guarda Municipal de Jundiaí.